O período chuvoso traz consigo transtornos ao dia a dia da população, como alagamentos em ruas por conta do alto volume de água que se precipita em pouco tempo e não escoa adequadamente. Nessas situações, a Embasa faz um importante alerta: os moradores nunca devem retirar a tampa da rede pública coletora de esgoto para tentar escoar a chuva. Longe de ser solução, isso só causa mais problemas.
Em 2023, a Embasa realizou mais de 12,5 mil desobstruções na rede de esgotamento sanitário de Feira de Santana, para retirar, além de água de chuva, resíduos como areia, pedras, entulhos, óleo de cozinha usado e lixo em geral. Somente este ano, já foram quase 6 mil desobstruções. “As redes de esgoto entopem por causa do uso indevido. Água de chuva não pode ser jogada na rede de esgotamento sanitário. Resíduos sólidos também não”, José Ubiratan Matos, gerente de operação de esgoto da Embasa em Feira de Santana.
A rede de esgotamento sanitário é projetada para receber apenas o esgoto dos imóveis, e não o grande volume das águas pluviais. “O lançamento indevido de água de chuva na rede da Embasa provoca obstruções, extravasamentos e até mesmo o retorno de esgoto aos domicílios, já que a rede não é dimensionada para receber esta quantidade enorme de água”, explica.
“Além disso, quando os moradores levantam as tampas dos poços de visita para tentar escoar a água da chuva, acaba arrastando para rede de esgoto lixo, entulho e tudo que encontra pela frente, obstruindo a rede”, detalha. O gerente também argumenta que é um erro dizer que os casos de alagamento nas cidades são causados por conta de redes de esgoto entupidas. “Na verdade, o equipamento responsável por escoar a água de chuva é a rede ou canais de drenagem. Os alagamentos acontecem em decorrência da ausência ou insuficiência de redes de drenagem”, esclarece.
Saiba a diferença – É comum as pessoas confundirem as estruturas da rede de drenagem pluvial com as da rede de esgoto. O sistema público de esgotamento sanitário, operado pela Embasa, coleta a água suja descartada pelos imóveis residenciais e comerciais através de ralos, pias e da descarga do vaso sanitário. Já a rede urbana de drenagem pluvial – cuja responsabilidade de implantação e manutenção é das prefeituras municipais – escoa a água da chuva que cai sobre todo o território da cidade. Por isso mesmo, a rede de drenagem tem aberturas (bueiros) ao lado das ruas, para escoamento imediato da chuva. Já a rede de esgoto é toda subterrânea e fechada, sem contato com o meio ambiente externo.
Raimundo Bezerra Neto, gerente regional da Embasa, explica que os moradores devem atentar para o uso correto de cada rede e equipamento. “Reforçamos sempre para os usuários dos nossos serviços: água de chuva não é esgoto. Então, o lançamento do esgoto gerado no imóvel deve ser feito na rede coletora operada pela Embasa, sempre que essa infraestrutura estiver disponível na rua. E a água de chuva, incluindo a dos telhados e a das calhas nos quintais e áreas externas, deve ser direcionada para a rede de drenagem pluvial”, comenta.
Expansão da rede – Desde o ano passado, a Embasa está ampliando a cobertura de esgotamento sanitário na cidade. Com investimento de R$ 7 milhões, as intervenções vão beneficiar 3.340 famílias com a coleta, o tratamento e a correta destinação dos esgotos domésticos. As obras para implantação de novas redes coletoras e ligações de esgoto estão sendo executadas em vários bairros, como Rua Nova, Pedra do Descanso, Gabriela e Ponto Central. Atualmente, a Embasa dispõe do serviço de coleta e tratamento dos esgotos domésticos para cerca de 158,4 mil imóveis com a cobertura de 65% da sede de Feira de Santana.