Além de crime ambiental, o descarte irregular de resíduos sólidos traz diversos prejuízos ao meio ambiente e à população. Estes pontos se tornam ambientes propícios para a proliferação de vetores de doenças, levando às situações de alagamentos em período de chuva, comprometendo a qualidade do ambiente e da paisagem do local, além de gerar o aumento dos custos públicos com a remoção do material descartado de forma incorreta e também dos gastos com saúde pública.
O descarte irregular de lixo e entulho pode auxiliar no risco de surgimento de doenças provocadas por animais e insetos, como o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya; ratos, transmissores da leptospirose, além de escorpiões, cobras e demais espécies peçonhentas. Lucrécia Lopes, subgerente de arboviroses do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) recomenda que, nos casos da suspeita de surgimento destes animais, o cidadão deve acionar a Prefeitura através do Fala Salvador 156.
“Em caso de infestação, contato ou contaminação, é necessário solicitar inspeção da equipe do CCZ para avaliação das condições favoráveis à proliferação desses animais, além da remoção do material inservível, por meio da Limpurb (Empresa de Limpeza Urbana de Salvador). Para o caso de situações de contaminação, será preciso procurar atendimento nas unidades de saúde”, explica Lucrécia.
Quando descartado de forma inadequada, o entulho pode trazer outros problemas à população e ao meio ambiente, como a poluição visual, pois cria uma aparência desagradável e suja nas áreas urbanas, afetando a qualidade de vida dos moradores e visitantes. O entulho em ambientes inapropriados também é responsável pelo entupimento de bueiros, ocasionando alagamentos e inundações em períodos de chuva, contaminação do solo e lençóis freáticos, seja pela presença de metais pesados ou outras substâncias químicas, que se infiltram no solo, comprometendo a qualidade da água potável e afetando a saúde pública.
Descarte apropriado – Engenheira sanitarista, ambiental e de segurança do trabalho e coordenadora de Educação Comunitária da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), Rosemary Mascarenhas lembra que, ao fazer o descarte de forma apropriada, além de inibir os prejuízos citados, a ação gera ganhos ambientais. “Os resíduos entregues nos ecopontos – pontos de entrega voluntária para descarte de resíduos – são destinados adequadamente para cooperativas de catadores, no caso dos materiais recicláveis, e para unidades de tratamento de resíduos da construção civil – RCC, para o caso do entulho. Nestes locais, os materiais passam por triagem, para que possam ser reaproveitados e reciclados, gerando economia de recursos naturais deste setor”.
A gestora complementa que os ecopontos são locais estruturados e preparados para a recepção de resíduos da construção civil (entulho), ao limite diário de 2m³/dia/gerador, assim como resíduos volumosos e/ou inservíveis, resíduos vegetais e materiais recicláveis.
Atualmente a capital baiana possui três ecopontos, localizados em Itapuã, Itaigara e na ilha de Bom Jesus dos Passos. Além disso, em diversos bairros de Salvador, com grande histórico de incidência de descarte irregular de entulho, a Limpurb aloca caixas estacionárias na cor amarela, específicas para o recebimento desse tipo de resíduo.
Buscando reduzir a quantidade de resíduos descartados de forma irregular, a equipe de educação ambiental da Limpurb promove ações de sensibilização e conscientização da população em relação às boas práticas para com os resíduos sólidos.
Em 2023, a Limpurb totalizou 743 mil quilos de entulho recolhido da cidade de Salvador. Esse montante dá uma média de 61,9 mil quilos mensais, ou 2,3 mil quilos de material inservível coletado diariamente.
As informações são da Secretaria Municipal de Comunicação Social da Prefeitura de Salvador (Secom)