Há três meses sem receber, estagiários da Secretaria Municipal de Educação (Seduc) de Feira de Santana fizeram uma série de denúncias sobre as condições de trabalho oferecidas pela prefeitura. Além do atraso no pagamento, eles reivindicam um reajuste na bolsa-auxílio de R$510, vale transporte em dinheiro, entrega de contratos e supervisão de profissionais.
Em contato com a redação do Desperta Cidade, uma estagiária que não quis se identificar expôs que, com a falta de professores, alguns estagiários estão assumindo as salas de aula e outros sequer estão atuando em sua área. Ela disse ainda que, além da falta de pagamento, há três meses não recebe o contrato, documento que formaliza as atividades do estudante dentro de uma empresa.
“Estamos desde de março sem receber uma mixaria de 510.00.
A secretária de educação está desesperada atrás de estagiários porque ninguém quer trabalhar pela prefeitura por conta dessa humilhação”, contou.
Essas não foram as únicas queixas que expõe o sucateamento na educação em Feira. Ainda nesse mês, as condições precárias das escolas foram denunciadas por pais, alunos e sindicato dos professores. Pressionada, a Seduc divulgou nota na última segunda-feira (9) afirmando que o governo municipal investe cerca de R$ 300 milhões por ano na educação.
LEIA TAMBÉM: Denúncia: MP investiga escolas municipais com estruturas precárias em Feira de Santana
Em resposta às demandas dos estagiários, a secretária Anaci Paim disse em entrevista ao Acorda Cidade que o valor da bolsa auxílio é o mesmo para todas as secretarias, e que os estudantes devem procurar a secretaria de administração para receber as orientações quanto ao atraso nos pagamentos. A secretária disse ainda que os estagiários não podem comandar uma sala de aula, e que foram convocados professores selecionados pelo REDA para assumirem essa tarefa.
