A ausência do medicamento valproato de sódio, utilizado para tratar convulsões, em posto de saúde de Feira de Santana, tem preocupado mulheres com filhos que dependem deste remédio. Conforme relato das mães, a medicação está em falta há cerca de dois meses.
Cada frasco do remédio custa, em média, R$ 20. No entanto, ele é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de forma gratuita. De acordo com a agente comunitária Jaqueline de Jesus, que atua no posto do bairro Campo do Gado, a quantidade de valproato de sódio disponibilizada no local é baixa.
“Vem duas caixas aí não dá. Muitas mães [ficam] desesperadas… Os filhos em crise e a gente não pode fazer muita coisa”, disse.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde de Feira de Santana informou que tem o medicamento líquido em estoque e que ele é disponibilizado no posto do bairro Campo do Gado.
Ainda na nota, a pasta detalhou que o valproato de sódio em comprimido está sendo comprado e deve chegar na assistência farmacêutica até o mês de novembro. A data não foi detalhada.
A dona de casa Lucileide Souza disse que o filho Miguel, de 14 anos, parou de andar por volta dos quatro anos, quando também começou a ter crises convulsivas. A suspeita era de que o menino tinha uma lesão no cérebro.
“Com o passar do tempo, meu filho foi desenvolvendo outros problemas e, atualmente, há a suspeita de que ele tenha leucodistrofia “, disse.
A leucodistrofia é uma doença neurológica considerada rara, que causa paralisia progressiva, e ainda não tem cura.
Segundo Lucicleide, devido ao agravamento do quadro de saúde do filho, ela parou de trabalhar para se dedicar exclusivamente aos cuidados dele. O adolescente, que respira com a ajuda de aparelhos e se alimenta através de sonda, faz uso contínuo do valproato de sódio. Ele precisa de seis frascos do medicamento por mês.
“Ele toma esse e mais outro [remédio]. [Ou seja], temos gasto com as medicações e fraudas”, detalhou a dona de casa.
Quem também reclamou da falta do medicamento foi a dona de casa Tatiane Barbosa. Ela tem um filho de cinco anos que precisa do remédio para controlar as crises convulsivas.
“Fico com medo de não ter condições de comprar e a criança ter uma crise em casa”, afirmou.
As informações são do g1.