Os peixes que são vendidos no Centro de Abastecimento não vêm das áreas do litoral nordestino onde as manchas de petróleo estão sendo encontradas. Mesmo assim, os comerciantes que atuam no entreposto comercial mantido pela Prefeitura registram significativa queda das vendas nas últimas semanas.
Eles creditam a situação à maneira como a informação chegou aos consumidores, que não foram corretamente informados sobre o problema. Reclamam que a mídia apenas disse que não deveriam comer peixe.
Não enfatizando a procedência do produto ou que a restrição estaria relacionada aos pescado na costa nordestina, onde as manchas estão aparecendo e chegando às praias nos últimos meses.
Marcos Silva Souza, da Peixaria São Francisco, afirmou que as vendas no seu estabelecimento caíram à metade, comparando com o período anterior ao anúncio do problema na costa nordestina.
“As pessoas veem comprar peixe desconfiadas, pensando que os nossos produtos veem das áreas afetadas pelo óleo”, diz o comerciante. “O que a gente vende vem do Pará, Santa Catarina e de Paulo Afonso, onde este problema não existe”.
Há 15 anos vendendo peixes, Manoela Lopes Souza, da Peixaria Shalon, disse que nunca viu tamanha queda das vendas relacionada a esta situação. “As pessoas chegam aqui perguntando sobre as condições dos peixes. Pensam que todos estão contaminados”.
Revelou que nos últimos dias as vendas no seu estabelecimento caíram sensivelmente. “A gente é quem informa a procedência dos peixes que estamos vendendo, numa tentativa de acalmar as pessoas. Nem sempre a gente consegue”.
Para Anderson “Paleta” da Silva, a falta de dinheiro é que está provocando a queda das vendas. “Aqui as coisas estão como antes. As pessoas não estão perguntando sobre a situação ou a origem dos peixes”.
O prefeito Colbert Martins Filho, médico por formação, informa que o consumo de peixes e frutos do mar oriundos das áreas atingidas pelas manchas de óleo, de fato devem ser evitadas. “A contaminação pode resultar em náuseas, vômitos e gastroenterite [inflamação no estômago e intestino]”. Entretanto ele ressalta que os produtos vendidos no Centro de Abastecimento não oferecem risco, visto que os comerciantes estão adquirindo produtos de outras regiões, além de seguirem todos os padrões de higiene exigidos pela Prefeitura.
As informações são da Secretaria Municipal de Comunicação