Transporte público de Feira de Santana decreta greve por tempo indeterminado

A categoria reivindica reajuste salarial. Nenhuma das solicitações foi atendida pelas empresas Rosa e São João.

Foto: Divulgação/Secom

Os trabalhadores do transporte rodoviário de Feira de Santana decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado, a partir desta segunda-feira (23). A categoria reivindica reajuste salarial. Nenhuma das solicitações foi atendida pelas empresas Rosa e São João.

No domingo (22), os ônibus da empresa Rosa que fazem linha para os bairros da região norte de Feira de Santana foram recolhidos para a garagem após o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Passageiros Urbanos Intermunicipal e Interestadual de Feira de Santana (Sintrafs) constatar que 15 veículos deixaram a cidade durante a madrugada (veja aqui).

O prefeito Colbert Martins informou que vai solicitar mendidas judiciais contra as empresas Rosa e São João. “Nós fomos surpreendidos e estamos reivindicando medidas judiciais que normalizem a situação”. Ele salientou que mensalmente tem repassado mais de R$ 1 milhão para as duas empresas, como antecipação de crédito de passagens e vale transporte, levando em conta a crise causada pela pandemia (leia a matéria completa aqui).

Após a deflagração da greve dos Rodoviários, na manhã de hoje (23), a Prefeitura de Feira, através da Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), acionou as 105 vans e micro-ônibus do Sistema de Transporte Público Alternativo e Complementar (STPAC) para atender parcialmente a demanda de passageiros que dependem do serviço de transporte (veja aqui).

A empresa Rosa divulgou uma nota na tarde de domingo (22) e afirmou que não há condições de realizar reajuste salarial da categoria porque as receitas do sistema de transporte do município despencaram mais de 70% na pandemia, e disse que a tarifa está defasada há vários anos. Sobre a quantidade de ônibus, declarou que a frota atende a demanda.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Empresa Rosa esclarece que a retirada dos ônibus de circulação que prestavam atendimento à comunidade feirense, neste domingo, 22, e recolhidos posteriormente à garagem, foi de iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sintrafs).

Todavia é importante destacar que a frota operacional ativa e também a reserva estão mantidas no município: são 64 ônibus e micro-ônibus, e mais 8 veículos reservas que suprem, satisfatoriamente, a atual demanda de passageiros mediante ordens de serviço da Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito. Vale ressaltar que esta quantidade de ônibus reservas é superior a 10%, conforme determina edital do poder público.

Mais uma vez, em respeito à comunidade feirense, salientamos que a deflagração da greve se dá em razão da falta de consenso mediante a Pauta de Reivindicações da Categoria dos Rodoviários no tocante ao aumento de salário.

As receitas do sistema de transporte da cidade despencaram mais de 70% e, por isso, não há condições de realizar reajuste salarial neste período de crise sanitária enfrentada no mundo.

Outro fator agravante é a tarifa de remuneração da Empresa Rosa estar defasada, há vários anos, pela ausência de revisão da Prefeitura de Feira, medida a qual torna-se urgente e necessária.

O serviço essencial de transporte público é de competência do Município e o poder público manteve-se inerte nesta pandemia, vide que não conseguiu ajustar o equilíbrio econômico financeiro do contrato de concessão, inviabilizando as nossas receitas para custear o serviço que vem sendo ofertado à população da cidade.

O contrato de concessão continua totalmente desequilibrado economicamente, notícia pública e notória de anos, e não temos receitas para aumentar custo de pessoal.

Enquanto o Município de Feira de Santana não restabelecer o equilíbrio econômico financeiro do contrato, não teremos condições de acatar o pleito da categoria.

Notadamente, cabe ao poder público municipal apurar os custos do serviço e revisar nossas receitas para que possamos, de forma justa, pagar nossos fornecedores e colaboradores.

Feira de Santana, 22 de agosto de 2021.